Chega uma hora que você sente a necessidade de se atualizar e se aproximar novamente da academia para saber o que tem de novo na sua área de atuação. Então, você resolve participar da seleção para o curso de mestrado que tem, em média, duração de 2 anos.

A primeira coisa que você precisa saber é que existem duas categorias de mestrado: o profissional e o acadêmico.

• O mestrado profissional tem como objetivo transferir o conhecimento técnico-científico e acadêmico mais rapidamente para o local de atuação social do profissional, os conhecimentos são alinhados às necessidades das empresas, das escolas e das instituições onde o profissional atua. O profissional mestrando terá que desenvolver a sua pesquisa direcionada ao desenvolvimento de soluções que possam impactar positivamente a sociedade e em especial o seu local de atuação.
• Já o mestrado acadêmico enfatiza a pesquisa acadêmica, voltada ao desenvolvimento de conhecimentos que contribuam para aumentar ou aprofundar temas relevantes para a sociedade.

Ciente disso, vamos te contar o que talvez você não saiba.

Bom, estamos falando a partir da nossa realidade e da nossa experiência. É claro que tudo isso poderá mudar a depender da instituição, do corpo docente, enfim do curso de mestrado que você escolher fazer. Para saber de onde falamos confira aqui em: Quem somos.

Daqui em diante, vamos detalhar o processo para que você tome ciência e não seja pego de surpresa.

O que será necessário fazer durante o curso de mestrado:

• Você terá que fazer disciplinas que não tem nada a ver com a sua pesquisa em si, mas ao final você vai conseguir extrair alguma coisa disso, mesmo tendo que conviver com a sensação de estar perdendo um tempo valioso;

• Você terá que ler artigos e livros que não tem nada a ver com a sua pesquisa, mas, acredite, de alguma forma isso contribuirá para a sua escrita;

• Você terá que participar de congressos e seminários em diferentes instituições e universidades como ouvinte e também fazendo comunicações, oficinas etc. Não como participante passivo somente, mas como participante ativo, compartilhando um pouco do andamento da sua pesquisa;

• Você terá que separar um tempo considerável da sua agenda para leitura, trabalhos e produção de artigos. Isso mesmo, as horas de entretenimento vão diminuir consideravelmente;

• Você terá que escrever pelo menos um artigo e publicá-lo em revista da sua área de atuação com avaliação A, B1 ou B2 pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) a depender das exigências do seu curso;

• A sua relação com o (a) seu (sua) orientador (a) será um caso de amor, de lamentação ou uma mistura dos dois tipos. Ou seja, o(a) orientador(a) poderá ter pelo menos um dos três perfis a seguir:

1. Ele(a) vai ler tudo o que você escrever durante o curso e fará várias alterações na sua escrita, muitas modificações mesmo, inúmeras, incontáveis, de modo que você terá que reescrever o seu texto de dissertação várias vezes. Esteja certo que isso é muito bom, você verá que a sua escrita vai melhorar bastante! Ah, … agradeça se ele(a) for assim.;

ou

2. Ele(a) simplesmente não vai ler a sua dissertação e te dará a chamada “autonomia acadêmica para escrita”, o que te deixará incrivelmente inseguro e pensando sempre que a sua pesquisa não está boa o suficiente e que você passará vergonha perante a banca examinadora. Com isso, a sua responsabilidade para com a pesquisa vai duplicar;

ou

3. Uma mistura dos dois perfis acima, com tendência mais para um do que para o outro;

• Na metade do mestrado você terá que passar pela chamada “Qualificação“. Nessa fase, o seu pré-projeto terá se desenvolvido e o seu texto dissertativo já estará meio que alinhavado, vamos dizer que pela metade do caminho, e você o apresentará, por cerca de 20 a 30 minutos, à uma banca de professores. A banca geralmente é composta por, no mínimo, três professores: dois da sua própria instituição (o seu orientador(a) e um outro professor) e o terceiro professor convidado de outra universidade, todos com formação voltada para a sua área e com condições de contribuir para o aprimoramento da sua pesquisa.

• Atenção a esta dica para a pré-qualificação: cerca de 2 meses antes da data da qualificação, encontre um profissional de Letras para fazer a revisão do Português/Inglês, pois o seu texto precisa estar “perfeito” para ser lido pelos professores da sua banca. Além disso, é sua tarefa enviar uma cópia do seu texto, já revisado, para todos os membros da banca examinadora, no mínimo 20 dias antes do dia da qualificação.

• Durante a qualificação esteja preparado para receber críticas. A banca está lá para isso mesmo: fazer críticas, elogios, propor mudanças, sugerir a leitura de livros/artigos, questionar ou endossar a metodologia utilizada etc.

• Dica de ouro: escolha com muito critério os membros da sua banca: se possível, que sejam professores competentes na área, amorosos e gentis.

• Acredite, o primeiro ano é mais trabalhoso! Além das disciplinas, que toma boa parte do seu tempo, você vai ler muito, vai apresentar o andamento da sua pesquisa em seminários/congressos, vai escrever/viabilizar a publicação de um artigo, participar dos encontros do seu grupo de pesquisa e escrever o seu texto dissertativo.

• Já no segundo ano, ao findar as disciplinas, e quando você já estiver qualificado(a), você vai ver que tudo fluirá melhor, pois você terá mais “tempo” para se dedicar ao seu texto. Sua dissertação já terá um norte! É só colocar em prática todas as dicas e sugestões (ou melhor, as possíveis!) que a sua banca te recomendou! Daí em diante, depois de muitas trocas de e-mails, o(a) seu (sua) orientador(a) vai te comunicar quando o seu texto estiver pronto. Assim, logo, logo você chegará ao PONTO FINAL! Aí… é respirar fundo, preparar a sua apresentação, decidir o que você vai oferecer de lanchinho para a banca/convidados e escolher uma roupa bacana para o grande dia da DEFESA! Enfim, deu pra perceber que é necessário também separar uma graninha para custear tudo isso, né?! (Infelizmente, nem todos os cursos de Mestrado oferecem bolsa!)

• OPA! Pensou que acabou? Ainda não! Depois da defesa, geralmente, você ainda vai precisar fazer algumas modificações no seu texto dissertativo (sim! a banca sempre encontra algo na sua escrita para melhorar! Relaxa! É assim mesmo!). Além disso, tem todo o processo de revisão final do texto, encadernação em capa dura, de acordo com o formato da sua instituição de ensino, e entrega de uma série de papelada na secretaria da Pós-Graduação. Só depois de toda essa burocracia é que você poderá curtir o seu título de MESTRE!

Enfim, nosso objetivo com essas dicas foi te conscientizar da seriedade do curso e te encorajar a colocar as suas ideias no papel, escrever um pré-projeto e participar da seleção do Mestrado. A você que já é mestrando, desejamos coragem, escrita criativa, um(a) orientador(a) compreensivo e saúde (física, mental e espiritual) para finalizar a sua pesquisa com sucesso!

Ainda indeciso e inseguro? Dá uma olha nos livros abaixo:

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11 segredos estratégicos para ser aprovado no mestrado

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(por Patrícia e Letícia Miranda Medeiros, em 02/01/2020)