Para quem tem curiosidade ou interesse em saber o que a Bíblia diz sobre sexo, este texto traz algum esclarecimento.
Não sou especialista no assunto, mas tive que fazer uma pesquisa sobre sexualidade na Bíblia e pensei: “Por que não tornar público esta pesquisa?” Talvez este texto, recheado de citações bíblicas, possa esclarecer alguns pontos e permitir que você tenha acesso ao plano original de Deus para o relacionamento íntimo.
Os filmes, as redes sociais, a sociedade mostra um jeito de se relacionar. Mas o que o criador, quando nos formou, pensou, o que estava nos planos Dele ao formar o nosso corpo? Deus criou, então, Ele é o que pode melhor responder nossos questionamentos sobre questões íntimas e sexuais.
Então vamos lá ver o que a Bíblia diz sobre isso.
Expressões como “órgão sexual” e “sexualidade” não são encontradas na Bíblia em nenhuma de suas traduções principais, como a Almeida Revista e Corrigida, a Almeida Revista e Atualizada, a King James Version, entre outras.
Na Bíblia, a relação sexual é frequentemente referida por meio de termos descritivos ou poéticos. Algumas passagens usam expressões como “conhecer” ou “unir-se” para descrever o ato sexual. Por exemplo:
Gênesis 4:1 “Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão”.
Gênesis 4:17 “Caim teve relações com sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque”.
Segundo a perspectiva da Bíblia, a sexualidade é vista como um presente de Deus, que é para ser vivida dentro dos limites do casamento entre um homem e uma mulher.
Gênesis 1:27 “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Gênesis 2:24 “ Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.”
Deus criou toda a natureza, o cosmos, criou o homem e a mulher, seus órgãos genitais, os hormônios… e, ao fim, viu que toda a criação, tudo o que tinha feito era bom como está registrado em Gênesis 1:31 “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”
Sabemos que uma das funções do sexo é a procriação, a formação de novos seres humanos. Em Gênesis 1:28 diz: “Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”.
Mas a relação sexual para os seres humanos, vai além da procriação e perpetuação da espécie, comum aos animais. O amor conjugal, a intimidade sexual proporciona prazer e satisfação. Isso é tão natural que a Bíblia tem um livro que relata esse relacionamento íntimo prazeroso entre o homem e a mulher: o livro de Cantares. No capítulo 4 verso 10, há a descrição da intimidade do casal. “Quão deliciosas são as suas carícias, minha amiga, minha noiva! Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria!”
A Bíblia ensina que o sexo é uma expressão íntima de amor e união entre marido e mulher. O sexo, no contexto do casamento, é considerado sagrado e honroso. Por exemplo, em Gênesis 2:24, é dito: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne“. Essa passagem ressalta a ideia de união e intimidade exclusiva entre um homem e uma mulher dentro do casamento.
Além disso, a Bíblia adverte contra a imoralidade sexual e promiscuidade (que segundo o dicionário Priberam significa: comportamento que viola o que é considerado moral. Relacionamento com vários parceiros sexuais.) Passagens como a de 1 Coríntios 6:18 nos exortam a “fugir da imoralidade sexual”. Isso implica em manter uma conduta sexualmente pura e respeitosa dentro dos limites do casamento. “Fujam da imoralidade sexual! Nenhum outro pecado afeta o corpo como esse, pois a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo.”
Os termos: pornografia e masturbação também não são encontrados na Bíblia, mas a leitura dos textos bíblicos, já expressos aqui, deixam orientações intrínsecas acerca desses assuntos. Além disso, O apóstolo Paulo aconselha a pensar em “tudo que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:8. Os nossos pensamentos geram ações, quando nossos pensamentos passam pelo “filtro” expresso nesse versículo, não há espaço para alimentar nossa mente com cenas pornográficas.
Uma sexualidade saudável, segundo a Bíblia, envolve o respeito mútuo, a fidelidade dentro do casamento, a expressão do amor e da intimidade de maneira que honre a Deus e o cônjuge. Essa visão promove relacionamentos saudáveis e gratificantes, nos quais o amor e o respeito mútuo são fundamentais. O livro dos conselhos, Provérbios, no capítulo 5, versos 15 a 23 adverte os homens a se satisfazerem com a mulher que escolheram para o casamento: “Beba a água de sua própria cisterna, compartilhe seu amor somente com sua esposa. Por que derramar pelas ruas a água de suas fontes, ao ter sexo com qualquer mulher? Reserve essa água apenas para vocês; não a reparta com estranhos.Seja abençoada a sua fonte! Alegre-se com a mulher de sua juventude! Ela é gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa o satisfaçam sempre e você seja cativado por seu amor todo o tempo! Por que, meu filho, se deixar cativar pela mulher imoral, ou acariciar os seios da promíscua? Pois o Senhor vê com clareza o que o homem faz e examina todos os seus caminhos. O perverso é cativo dos próprios pecados; são cordas que o apanham e o prendem. Ele morrerá por falta de disciplina e se perderá por sua grande insensatez.”
Esse lindo texto incentiva a fidelidade conjugal e o trato amoroso no relacionamento. Bem diferente do que temos visto no cotidiano: violência doméstica, feminicídios e adultérios.
A Bíblia oferece orientações e princípios sobre relacionamentos sexuais, especialmente dentro do contexto do casamento.
Aqui estão alguns pontos-chave:
1.Santidade do Casamento: A Bíblia ensina que a relação sexual é uma expressão íntima de amor e união entre um homem e uma mulher dentro do casamento. Ela valoriza a santidade e a exclusividade dessa união, como visto em passagens como Gênesis 2:24, que diz: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”.
2. Fidelidade e Monogamia: A Bíblia enfatiza a importância da fidelidade conjugal e da monogamia. A relação sexual deve ser exclusiva dentro do casamento. Passagens como Hebreus 13:4 afirmam que “o casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros”.
O livro de Malaquias 2:13-15 fala sobre a infidelidade conjugal e traz advertências:
“Há outra coisa que vocês fazem. Cobrem de lágrimas o altar do Senhor, choram e gemem porque Ele não dá atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer. E ainda perguntam: “Por quê?”. Porque o Senhor foi testemunha dos votos que você e sua esposa fizeram quando jovens. Mas você foi infiel, embora ela tenha continuado a ser sua companheira, a esposa à qual você fez seus votos de casamento. Acaso o Senhor não o fez um só com sua esposa? Em corpo e em espírito vocês pertencem a ele. E o que ele quer? Dessa união, quer filhos dedicados a ele. Portanto, guardem seu coração; permaneçam fiéis à esposa de sua mocidade.”
Nesse mesmo caminho, o discípulo Pedro ainda recomenda aos homens, em 1 Pedro 3:7:
“Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês, ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações.”
3. Respeito Mútuo: A Bíblia exorta os cônjuges a se tratarem com amor, respeito e consideração mútuos, inclusive na esfera sexual. O capítulo de 1 Coríntios 13 dá uma aula sobre isso. “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (versos 4-7)
4.Intimidade e Comunicação: A Bíblia encoraja os cônjuges a desenvolverem uma intimidade emocional e física saudável. Isso envolve comunicação aberta, honesta e respeitosa sobre desejos, necessidades, frequência e limites. Paulo instrui os cônjuges a não privar um ao outro da relação íntima, exceto por consentimento mútuo e por um tempo determinado dedicado à oração. Em I Coríntios 7:2-5, o apóstolo Paulo orienta: “Uma vez que há tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter sua própria esposa, e cada mulher, seu próprio marido. O marido deve satisfazer as necessidades conjugais de sua esposa, e a esposa deve fazer o mesmo por seu marido. A esposa não tem autoridade sobre seu corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, não é o marido que tem autoridade sobre seu corpo, mas sim a esposa. Não privem um ao outro de terem relações, a menos que ambos concordem em abster-se da intimidade sexual por certo tempo, a fim de se dedicarem de modo mais pleno à oração. Depois disso, unam-se novamente, para que Satanás não os tente por causa de sua falta de domínio próprio.”
5.Purificação e Arrependimento: Para aqueles que podem ter violado os princípios bíblicos em relação à sexualidade, a Bíblia oferece a esperança do perdão e da restauração através do arrependimento e da purificação. 1 João 1:9 afirma: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
O autor da carta aos Hebreus também expressa: “Esforcem-se para viver em paz com todos e procurem ter uma vida santa, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14)
Sobre esse assunto, gosto muito da história de José na Bíblia, aquele que passou de um simples camponês a governador do Egito. Em sua trajetória relatada em Gênesis 39, ele prova sua fidelidade aos princípios divinos ao resistir ser protagonista de um adultério com a esposa do seu superior. Veja esse relato registrado em Gênesis 39:5-12:
“Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo. Assim, deixou ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria comida. José era atraente e de boa aparência, e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: “Venha, deite-se comigo! “ Mas ele se recusou e lhe disse: “Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? “ Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: “Vamos, deite-se comigo! ” Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.”
José, um jovem rapaz, solteiro, sozinho em um país desconhecido, sem a supervisão dos pais e parentes, decidiu que a sua vida seria agradável a Deus e aos valores determinados pelo Criador. A fidelidade aos princípios divinos fez a diferença e mudou a história Dele.
Neste texto, vimos alguns dos princípios básicos que a Bíblia ensina sobre a relação sexual. Eles são destinados a promover relacionamentos saudáveis, amorosos e respeitosos dentro do contexto do casamento, como uma expressão do plano de Deus para a humanidade.
Na escolha do cônjuge é comum vermos pessoas buscando que o outro supra as suas carências afetivas, e, não raro, vemos decepções, frustrações e arrependimentos. Como prevenção disso, segundo a perspectiva bíblica, as carências afetivas precisam ser tratadas ao nível da identidade, que precisa ser baseada na sua relação com Deus e na sua compreensão do propósito divino para vida de cada um.
O relacionamento sexual humano passa pela identidade, como a pessoa se vê e age no mundo. A nossa identificação e ação precisa estar atrelada com o nosso Criador. Como a inicial do vocábulo diz: “IDEM”. Idêntico. “Mas idêntico a quem?” Eu digo: “Ao criador”. Fomos formados à imagem e semelhança de Deus. Ele deixou o manual: a Bíblia e o modelo de como ser humano: Jesus.
Temos um artigo aqui no blog que aborda este assunto: IDENTIDADE. Confere lá.
Quando nos identificamos com o nosso criador, buscamos agradá-lo, buscamos a sua presença, todas as áreas da nossa vida tomam um novo significado. Os desejos, os impulsos sexuais, a nossa vontade são orientados pelos ensinos de Deus que nos formou, nos conhece e sabe o que é melhor para nós. Quando a nossa vida é convertida ao propósito de Deus, ao seguir os conselhos bíblicos, naturalmente, vamos vivendo, dia após dia, cuidando do nosso corpo e da nossa mente em uma trajetória de vida saudável ao vivenciar o fruto do Espírito de Deus que é “amor, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”, registrado por Paulo em Gálatas 5:22-23.
Paulo continua enfatizando isso, em 1 Tessalonicenses 4:4-8: “Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique a seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo.”
Essas são as orientações encontradas na Bíblia para viver a sexualidade. Tudo muito diferente de como é mostrado em algumas novelas, programas para TV, em alguns filmes e vivenciado por algumas pessoas na nossa sociedade. Mas, para quem é temente a Deus, fica o conselho deixado pelo apóstolo Paulo:
“Levem uma vida pura e inculpável como filhos de Deus, brilhando como luzes resplandecentes num mundo cheio de gente corrompida e perversa.” (Filipenses 2:15)
Para aqueles que decidiram ser seguidores de Cristo, Isso diz respeito ao modo como gerenciamos a nossa vida, nossas ações, nossas escolhas, nossos pensamentos, a maneira como nos relacionamos e vivenciamos a nossa sexualidade.
Um desafio, mas é possível.
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Caso queira saber mais sobre sexualidade, indico o conteúdo de Andreia Vargas CLIQUE AQUI
Veja também esta entrevista com um especialista nesse assunto David Riker CLIQUE AQUI
(por Patrícia Miranda Medeiros Sardinha, em 01 de maio de 2024)
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