Neste ano de 2022, completo 45 anos. Quando entro no mês do meu aniversário, fevereiro, fico um tanto quanto reflexiva, pensando nos objetivos ainda não alcançados, nos desafios encontrados pelo caminho e no tanto de coisas que ainda tenho para fazer.
Como a expectativa de vida aumentou, posso dizer que cheguei no topo da montanha, metaforicamente falando. A subida foi formada por fatos e decisões importantes: aprendizagens, preparo, escolha da profissão, escolha de relacionamento, autoconhecimento, auto aceitação, conversão a Cristo entre inúmeros outros eventos que contribuíram para formar quem eu sou hoje.
Todo ano, no mês de janeiro, aproveito as minhas férias para fazer um fotolivro com os momentos do ano anterior e ele, geralmente, fica pronto no mês do meu aniversário. Como é bom revisitar aqueles momentos eternizados pelas fotos! Trazer à memória eventos marcantes e outros corriqueiros da vida que revelam o cuidado, a graça e a misericórdia de Deus: encontros familiares, presença de amigos queridos, lugares incríveis que visitei, saúde, alegrias… presentes divinos.
45 anos, como dizem por aí: “Agora é ladeira a baixo”. Quando escutei isso, comecei a refletir sobre a vida comparada com a imagem da montanha e pensando bem, a subida é cansativa: são muitas as decisões, o preparo, os cursos, aquisição de diplomas, processos seletivos… Entre uma coisa e outra a gente se diverte, se emociona, chora, ri, adquire experiências, mas também se decepciona, se entristece, percebe muita injustiça, vê que tem muita coisa errada, muita desigualdade, muita corrupção. Conviver com essas mazelas é muito difícil. Ainda bem que temos Deus, ainda bem que existem a família e os amigos. Que bom que a vida também é formada por momentos de alegrias e realizações.
Eu chego ao topo da montanha (que representa a jornada da vida) e olho para trás com um olhar gentil sobre mim, pois fiz o que estava ao meu alcance, apesar de não ter conquistado tudo o que havia planejado. E que bom que foi assim. Uma coisa eu aprendi, eu não tenho o controle. Acho até que demorei demais para aprender isso e confesso que ainda luto para não ficar chateada quando as coisas não acontecem do meu jeito. Eu ainda me esforço para descansar e deixar Deus cuidar e agir, pois Ele é bom e Ele está no controle.
Olhando para frente, ou melhor, para baixo (ladeira a baixo rsrsrsr) quero crer que a descida será mais tranquila. A tranquilidade que a maturidade traz e as experiências acumuladas ao longo da jornada fazem com que eu olhe para vida com um novo olhar. O sentimento de urgência ainda permanece, vontade de realizar, de conhecer, de conquistar, porém com a serenidade de saber que não são as coisas que conquistei, não é o “ter” que me define. O que realmente sou, a minha identidade não está relacionada ao status social, aos valores na conta bancária, à aparência e a aquisições. A construção da minha identidade está intimamente ligada ao meu criador, o Deus Pai, de quem herdei a imagem e semelhança, e o meu objetivo (ainda não alcançado) é ficar parecida com Jesus, o filho de Deus, em atitudes de amor e de justiça, que conheço por meio da leitura da Bíblia.
Confesso que ao refletir sobre a segunda metade da vida, ficava temerosa (e, por vezes, ainda fico). A velhice, as limitações naturais da idade, a forma como a sociedade trata os idosos, os valores dos planos de saúde e dos remédios para manter a saúde são alguns dos fantasmas que rondam a minha mente. Mas aprendi que Deus está no meu futuro, que eu não controlo nada, que eu não sei se me tornarei uma idosa, que noventa por cento das minhas preocupações e pensamentos negativos não acontecem e que eu quero gastar energia somente com coisas que me trazem esperança.
Então, quero crer que a minha descida “ladeira a baixo” será mais leve: sem muitas expectativas, sem autocobrança; viver um dia de cada vez; desejo criar oportunidades de alegria com a minha família e amigos; ter mais momentos de contemplação da natureza; viajar e conhecer os lugares lindos que Deus criou; continuar realizando o meu trabalho da melhor forma possível; exercitar-me periodicamente; suplementar as vitaminas e minerais que estão faltando no meu corpo; repor os hormônios que já estão no fim rsrsrsrs; compartilhar as coisas boas que eu aprendi e vivenciei nos espaços virtuais. Por fim, e dentre tantas outras coisas, celebrar e desfrutar o hoje, com esperança na eternidade.
P.S. Agradeço a Deus por ter me enviado a este mundo junto com a minha irmã gêmea Letícia, que é uma companheira de vida incrível (já nasci presenteada!). Sou grata também por ter nascido em uma família amorosa e acolhedora, composta por meus pais, irmãs e demais familiares, e pelo meu marido que tem me abençoado muito com a sua presença na minha vida.
(por Patrícia Miranda Medeiros Sardinha, em 18 de fevereiro de 2022.)
https://linktr.ee/bag.agemcultural
Siga-nos no Instagram: @bag.agemcultural https://www.instagram.com/bag.agemcul
Visite o nosso canal no YouTube http://bagagemcultural.net/
Curta a nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/B.Cult/
Que belo texto e testemunho,amiga! Que Deus permita vocês
viverem intensamente o novo ciclo! Saúde,paz e conquistas!Amo Vocês!
Obrigada, Lígia. Sua amizade é muito importante e querida.
Parabéns, Patrícia!
Você tem abençoado a minha vida!
Obrigada.
Lindo!!!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Obrigada.