Planejar uma viagem leva tempo…muitas decisões a tomar: melhor época do ano para visitar a cidade, comprar voo, reservar hotel, decidir os pontos turísticos a conhecer, separar dinheiro para alimentação, transportes e lembrancinhas.
Lembrancinhas?! Para quem? Quantas? O que comprar?
Sempre bate aquela dúvida se devemos mesmo gastar dinheiro com os tais SOUVENIRS.
Achei incrível a crônica que Leonardo Craveiro disponibilizou no grupo de facebook: “Amamos Paris” falando sobre a sua experiência com os souvenirs. Compartilho com vocês (com a autorização do autor).
Texto de Leonardo Craveiro:
Souvenir tem um nome invocado. Nem sei bem se tem algo a ver com o nome, mas seu comportamento é deveras exibicionista. Ele se expõe excessivamente. Basta desembarcar e o bichinho já está lá em uma das lojas do aeroporto, doido para se mostrar. Vai flanar por ruas quaisquer? O elemento pró-consumismo certamente entrará no alcance de sua visão periférica, ainda que não queira. “Você precisa me comprar”. Humpf!!!
Resistir é dose! Dessa vez, radicalizei. De verdade! Decidi que souvenir, “no way”. E não adianta a insistência daquela medonha verbalização interior (vulgarmente conhecida como voz da tentação), dizendo-me “esse aqui é a cara do Fulano!”, ou “Beltrana adoraria pregar isso na sua bela geladeira”, ou “esse troço só custa 5 euros e Cicrana vai ficar maravilhada!”. Fulano, Beltrana e Cicrana que me perdoem. Dessa vez, ficarão a ver navios. Vou registrar os souvenires em fotos. Daí, farei-lhes um gracejo meio autêntico e debochado: “olha só o que eu vi lá e pensei em comprar para vocês!”.
Souvenir me lembra um pouco a brincadeira de amigo secreto. Há uma distorção natural na qualidade da reciprocidade em tal ato de trocas. Pode ser que seja um mero trauma de infância. Recordo-me de um amigo oculto em que meus pais haviam adquirido um presente que era simplesmente um particular sonho de consumo infantil. Era isso aí com que eu presentearia o meu “escolhido”. Amigo, como ofertei aquele presente com um severa dor no coração! Chegava a descolorir o músculo cardíaco de tanta revolta interna. Quando recebi o presente de quem saiu comigo, quase tive uma parada cardíaca de tamanha decepção. Três bombonzinhos bem derretidos, suculentos, desmanchados ao calor inclemente do Centro-Oeste do Brasil. Era o símbolo do derretimento de toda uma expectativa pueril. Chocolates líquidos cuidadosamente embalados em um papel de um jornal de categoria duvidosa (nem do tal papel deu para aproveitar algo!). Decidi que não participaria mais da tal famigerada brincadeira.
Mas o tempo corre! E como corre!!! E a resistência se fez passageira. Logo, tornei novamente a me arriscar nessas aventuras de escambo típicas de fim de ano. Mas e daí? O que tem amigo secreto com suvenir? Calma! Numa das primeiras andanças por aí, tive uma equivalente sensação de frustração. Faltou-me adquirir o souvenir a um familiar querido. Restou-me então providenciar aquela barra de chocolate suíço delicioso no aeroporto, minutos antes do embarque de volta. Não poderia retornar sem nada levar para aquele parente. Feito! Algum tempo depois, o agraciado fez o seu tour de quase mês em solo europeu. Sequer um chaveirinho de lembrança! Pois é! Não me interprete mal. Não sou daqueles que só oferecem algo se tiverem outro algo em troca. Não sou mesmo assim. Mas reciprocidade é questão de justiça. Justiça é questão de dignidade. E dignidade é tudo!
Por isso, dessa vez, não adianta vedetismo de souvenir nas vitrines finamente decoradas. Posso até levar “unzinho”, apenas para fazer parte da coleção de lembranças pessoais. Mas para terceiros e afins? Não. Definitivamente, não! Prefiro usar o parco recurso financeiro para passeios ou guloseimas típicas. Afinal de contas, existe muito mais a se apreciar numa viagem do que coisinhas interessantes em vitrines. E lembranças pessoais pesam muito menos na mochila do que presentinhos, embora sejam muito mais valiosos. Concorda comigo, amigo? Ou estou radicalizando?
Confesso que no início da minha carreira de viajante trazia lembrancinhas para a família toda. Gastava uma grana com isso!
Hoje em dia, não mais. Compro para mim: trago sempre um enfeite pequeno de vidro do país/cidade que visitei e/ou um ímã de geladeira, pois faço coleção.
Em viagens, gosto de comprar uma bolsa, camiseta para o marido, objetos para uso pessoal (perfumes, hidratantes, maquiagem etc) e comida local (doces, chocolate, café etc)… na quantidade que o orçamento permite.
Além disso, separo um tempo, após cada viagem, para preparar um fotolivro com os cliques mais significativos dos lugares visitados e eternizar os momentos felizes durante a visita aos países/cidades. Esse processo de montagem do fotolivro leva tempo, mas gosto de reviver os momentos e ter as fotos para revisitar, por meio das imagens, os locais visitados. Bate uma saudade…
Muita gratidão a Deus por me permitir conhecer um pouquinho desse mundo tão grande!!!
E você? Também gosta de comprar lembrancinhas dos lugares visitados?
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(Publicado por Patrícia Miranda Medeiros Sardinha, em 31 de julho de 2019).